Otelo (The Tragedy of Othello, the Moor of Venice), de Orson Welles

A instalação Anos-Luz, com concepção e direção-geral de Bia Lessa, traz uma intensa programação paralela, no MAM Rio, com patrocínio da Light

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro abre as suas portas para uma programação especial que vai além da exposição Anos-Luz, da diretora e multiartista Bia Lessa. A agenda inclui uma série de encontros com poetas, cientistas, músicos e artistas aos sábados e uma mostra de cinema na Cinemateca do MAM. A instalação, em cartaz no museu, faz uma homenagem aos 120 anos da Light e convida o público para uma experiência imersiva e sensorial.

Conversas Anos-Luz
Ciclo de encontros com artistas e pensadores de diferentes saberes, dentro do espaço expositivo.

A cada sábado uma dupla diferente de convidados reflete sobre as relações entre luz e sombra, espaço e tempo sob perspectivas diversas. Estão previstos nomes como o cantor e compositor Moreno Veloso, o escritor, ensaísta e professor Silviano Santiago e o poeta Carlito Azevedo — sempre com mediação de Maria Borba. As vagas são limitadas.

O próximo encontro, no dia 13 de setembro às 14h, traz a crítica literária e ensaísta Flora Süssekind e o artista plástico, escritor e músico Nuno Ramos para conversar ao redor do tema: “És metade sombra ou todo sombra, tuas relações com a luz como se tecem?”. O debate parte do poema A Goeldi, de Carlos Drummond de Andrade, que reflete sobre as diferentes facetas da existência e da percepção — como a escuridão e a ausência de luz que moldam a vida.

Mostra de Cinema Anos-Luz
Clássicos da relação entre a luz, a câmera e a ação.

Para Eisenstein, a luz é uma ferramenta para expressar a dualidade e o conflito. Já em “Vidas Secas”, de Nelson Pereira dos Santos, a luz é usada de forma a simbolizar a aridez, a secura e a falta de esperança que permeiam a vida da família de retirantes no sertão.

A programação na Cinemateca do MAM, paralela à exposição, começa no dia 17 de setembro com filmes que foram marcos do uso da luz na história do cinema, com exibições em película e em formato digital, destacando diferentes usos da luz.

Programação Anos-Luz

SÁB 13 SET . 14h

Conversas Anos-Luz

És metade sombra ou todo sombra, tuas relações com a luz como se tecem?
> Com Flora Sussekind e Nuno Ramos. Mediação: Maria Borba.

Flora Süssekind é ensaísta e pesquisadora, trabalha como professora associada na Graduação em Estética e Teoria do Teatro (Centro de Letras e Artes) e no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPGAC) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Tem focado seus estudos em teoria e historiografia literária e teatral, em formas diversas de intervenção crítica, nas relações entre as artes e entre arte e técnica, na cultura oitocentista brasileira e na produção cultural contemporânea.

Nuno Ramos é formado em filosofia pela Universidade de São Paulo. Pintor, desenhista, escultor, escritor, cineasta, cenógrafo e compositor, tem exposto regularmente no Brasil e no exterior. Participou da Bienal de Veneza de 1995, onde foi o artista representante do pavilhão brasileiro, e das Bienais Internacionais de São Paulo de 1985, 1989, 1994 e 2010. Em 2006, recebeu, pelo conjunto da obra, o Grant Award da Barnett and Annalee Newman Foundation. Dentre as exposições individuais que fez, destacam-se, em 2010, as produzidas na Gallery 32, em Londres, Inglaterra; no Galpão Fortes Vilaça, em São Paulo, Brasil; e no MAM Rio — Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil.

QUA 17 SET . 16h30

Mostra de Cinema Anos-Luz

Lola, a flor proibida (Lola), de Jacques Demy. França, 1961. Com Anouk Aimée, Marc Michel, Jacques Harden. 90’. Em DCP. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

QUI 18 SET . 18h30

Mostra de Cinema Anos-Luz

Vidas secas, de Nelson Pereira dos Santos. Brasil, 1963. Com Átila Iório, Maria Ribeiro, Orlando Macedo. 103’. Em 35mm. Classificação indicativa livre.

SEX 19 SET . 16h10
Mostra de Cinema Anos-Luz

A roda da fortuna (The Band Wagon), de Vincente Minnelli. EUA, 1953. Com Fred Astaire, Cyd Charisse, Oscar Levant. 112’. Em DCP. Legendas em português. Classificação indicativa livre.

SEX 19 SET . 18h30
Mostra de Cinema Anos-Luz

Mostra de cinema Anos-luz. The Flicker, de Tony Conrad. EUA, 1966. Experimental. 30’. + Arnulf Rainer, de Peter Kubelka. Áustria, 1960. Experimental. 7’. + T,O,U,C,H,I,N,G, de Paul Sharits. EUA, 1969. Experimental. 12’. + The Riddle of Lumen, de Stan Brakhage. EUA, 1972. Experimental. 14’. + Fuses, de Carolee Schneemann. EUA, 1967. Experimental. 23’. Em DCP. Legendas em português. Classificação indicativa 18 anos.

SÁB 20 SET . 16h

Conversas Anos-Luz

Belezas são coisas acesas por dentro
> Com Marília Garcia e Moreno Veloso. Mediação: Maria Borba.

Marília Garcia é uma poeta, artista, tradutora e editora brasileira. É autora dos livros 20 poemas para o seu walkman (São Paulo: Cosac Naify, 2007/ Bahía Blanca, Argentina: Vox Editorial, 2013), Engano geográfico (Rio de Janeiro: 7letras, 2012 / Error geográfico: Barcelona, 2015), Um teste de resistores (Rio de Janeiro: 7letras, 2014 / Lisboa: Mariposa Azual, 2015), Paris não tem centro (Megamíni, 2015), Câmera lenta (São Paulo: Companhia das letras, 2017) e Expedição: Nebulosa (São Paulo, Companhia das Letras, 2023) — todos de poesia —, do livro de ensaios Pensar com as mãos (São Paulo: Martins Fontes, 2025) e do infantil, ilustrado por Ligia Franchini, Escolha uma palavra (São Paulo: Companhia das letrinhas, 2025).

Moreno Veloso é músico e compositor brasileiro. Em 2000 gravou seu primeiro álbum, Máquina de Escrever Música , mas sua estreia como compositor veio em 1982 com “Um Canto de Afoxé para o Bloco Do Ilê”, uma referência ao Ilê Aiyê, bloco carnavalesco de Salvador, Bahia.

SÁB 20 SET . 18h20

Mostra de Cinema Anos-Luz

Paixão (Passion), de Jean-Luc Godard. França, 1982. Com Jerzy Radziwilowicz, Isabelle Huppert, Hanna Schygulla, Michel Piccoli. 88’. Em 35mm. Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos.

DOM 21 SET . 16h20
Mostra de Cinema Anos-Luz

Cinzas no paraíso (Days of Heaven), de Terrence Malick. EUA, 1978. Com Richard Gere, Brooke Adams, Sam Shepard. 94’. Em DCP. Legendas em português. Classificação indicativa 12 anos.

DOM 21 SET . 18h20
Mostra de Cinema Anos-Luz

Otelo (The Tragedy of Othello, the Moor of Venice), de Orson Welles. Itália/EUA, 1951. Com Orson Welles, Micheál MacLiammóir, Suzanne Cloutier. 90’. Em DCP. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos.

SÁB 27 SET . 16h

Conversas Anos-Luz

Histórias do Rio através da luz
> Com Joaquim Marçal Andrade e Lucas Pedretti. Mediação: Maria Borba.

Joaquim Marçal Ferreira de Andrade é pesquisador da Biblioteca Nacional e curador, pela BN, do portal Brasiliana Fotográfica. Trabalha na instituição há mais de 35 anos, onde atuou como designer e chefiou a Seção de Promoções Culturais, a Divisão de Fotografia e a Divisão de Iconografia. Coordenou o projeto de resgate da coleção de fotografias doada pelo imperador d. Pedro II – hoje inscrita no Registro Internacional do Programa Memória do Mundo, da Unesco. É membro correspondente da Câmara Técnica de Documentos Audiovisuais, Iconográficos, Sonoros e Musicais do Conselho Nacional de Arquivos/Conarq.

Lucas Pedretti é historiador, doutor em Sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp/UERJ). Como autor, assina os livros Dançando na mira da ditadura: bailes soul e violência contra a população negra nos anos 1970 (Arquivo Nacional, 2022) e A Transição Inacabada: violência de Estado e direitos humanos na redemocratização (Companhia das Letras, 2024), além de ser coorganizador de Memória, movimentos sociais e direitos humanos (Editora da UFRJ, 2024). Foi pesquisador da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro e do Instituto de Pesquisas da Religião.

SÁB 4 OUT . 16h

Conversas Anos-Luz

Ler sem ver
> Com Carlito Azevedo e Milton Machado. Mediação: Maria Borba.

Carlito Azevedo é poeta e tradutor, já em sua estreia na literatura, foi premiado com o Jabuti, por Collapsus Linguae (1991). Dois anos depois, publicou As banhistas, seguido de Sob a noite física (1996) e Versos de circunstância (2001). Em 2001, reuniu seus poemas na antologia Sublunar e lançou o elogiado Monodrama (2009) e O livro das postagens, de 2016. Foi editor da revista Inimigo Rumor.

Milton Machado é artista visual, professor, pesquisador e escritor. Arquiteto pela FAU-UFRJ e PhD em Artes Visuais pela Goldsmiths College University of London. Suas obras abrangem pintura, desenho, escultura, crítica e fotografia. Suas obras integram numerosas coleções, tais como: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), Rio de Janeiro, Brasil; Museo de Arte de Lima, Peru; Museo Civico Gibellina, Gibellina, Itália; Daros Foundation, Zurique, Suíça; Essex Collection of Art from Latin America (ESCALA), University of Essex, Colchester, Reino Unido; e Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil. Publicou os livros “História do Futuro” (2011), “Cabeça” (2014) e “Sutura” (poesia, 2023). É professor titular da Escola de Belas Artes da UFRJ e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

Sobre a instalação Anos-Luz

A instalação foi pensada especialmente para o espaço arquitetônico do MAM Rio, onde os diversos espaços imersivos de luz e elementos da expografia estão conectados por linhas elásticas que simulam fios da rede elétrica e vibram, representando as conexões ou ligações. São 1.845 m² de área ocupada pela instalação, usando 65 mil metros de elástico branco, 42 projetores e uma obra inédita do artista plástico, escritor e professor carioca Milton Machado, medindo 18 metros de comprimento e 7 metros de largura. Parte da instalação também ocupa a área externa do museu, no pilotis.

O termo ano-luz, que serve como título da mostra, é uma unidade de comprimento usada para expressar distâncias astronômicas, e é equivalente a cerca de 9,46 trilhões de quilômetros (9,46×1012 km). Um ano-luz é a distância que a luz viaja no vácuo em um ano juliano (365,25 dias). Uma medida que impõe um limite rígido, do que não pode ser observado.

A exposição Anos-Luz tem realização do Rio Memórias e é patrocinada pela Light, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

Sobre a Cinemateca do MAM

A Cinemateca do MAM tem patrocínio da Petrobras por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A renovação da sala da Cinemateca do MAM é uma realização do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Paulo Gustavo, em parceria com a Duas Mariola Filmes e com apoio da Prefeitura do Rio, por meio da Riofilme, órgão da Secretaria Municipal de Cultura.

São reservados 10% dos ingressos das sessões para alunos e professores das redes públicas de ensino municipais e estaduais e acompanhantes.

SERVIÇO:

Temporada da exposição: de 29 de agosto a 16 de novembro.

MAM RIO

End: av. Infante Dom Henrique, 85

Aterro do Flamengo – Rio de Janeiro

Tel: (21) 3883-5600

Instagram: @mam.rio | https://www.mam.rio

O MAM Rio não tem cobrança de ingressos; a entrada é gratuita para todos os públicos.

Horários de visitação:

Quartas, quintas, sextas, sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h

Aos domingos, das 10h às 11h, visitação exclusiva para pessoas com deficiência intelectual

Sobre a Light

Presente em 31 municípios do estado do Rio de Janeiro, incluindo toda a Região Metropolitana, a Light é uma das maiores distribuidoras de energia do Brasil. Todos os dias, cerca de 11,6 milhões de pessoas – mais de 70% da população do RJ – realizam sonhos, constroem projetos, desfrutam de momentos importantes e saem para trabalhar com a energia levada pela companhia, que acaba de completar 120 anos e tem sua história interligada ao desenvolvimento do estado.

Com um time de 11 mil profissionais diretos e indiretos e investimento constante em equipamentos e tecnologia de ponta para a manutenção de sua rede, a Light monitora em tempo real toda a sua área de cobertura para prestar um serviço eficiente e de qualidade.

Sobre o MAM Rio

Inaugurado em 1948, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro é referência nacional e internacional em arte moderna e contemporânea. Localizado no icônico edifício projetado por Affonso Eduardo Reidy, com jardins de Roberto Burle Marx, o museu promove exposições, cursos, mostras de cinema e diversas atividades culturais, além de abrigar um extenso acervo artístico.

Sobre o Rio Memórias

Fundado em 2019, o Rio Memórias é uma organização social dedicada a promover a história e a cultura da cidade do Rio de Janeiro. O Rio Memórias é patrocinado pela Norsul, Kasznar Leonardos, Impulso e Ministério da Cultura através da Lei de Incentivo à Cultura, pela Light e pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Banco BTG Pactual e Elogroup através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.

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